terça-feira, 16 de junho de 2015

(Tele)transporte público - Ayron













Não é o transporte público o que me excita,
Mas a diversidade propriamente dita.
Diversas formas com várias histórias,
Diversos gostos inúmeros rostos,
Lugares que passam são todos que ficam,
Algumas ficam, mas todas passam.
Somos todos unidos num único propósito.

Vagando em vagão ou em pé no “busão”,
Almas paradas ou alienadas,
Seguram nos canos bonecos de pano.
Eu, somente observo,
O outro babando, usa terno.
Muitos num mesmo transporte,
Teletransporte nas telas de toque.

Somos todos unidos por uma única vida;
Uma única linha;
Uma única finda;
Algo banal, ou ponto final.
Finalmente o ponto chega, ou seja,
Uns desembarcam, outros transpassam,
No meio da multidão sem reagir um arrastão.
Muitos desmaiam e outros quem vaiam.

Somos todos unidos por uma única rima.
A menina que xinga o saliente que brinca,
E com um pontapé nos bagos a guria faz estrago;
O menino que pede do cobrador se despede;
Lugares passam aonde pessoas aguardam,
Lugares que vagam onde pessoas ficaram,
Lugares ficam,
Aonde pessoas aguardam pessoas,
Que levam a lugares,
Aonde há mais pessoas.
                                                              
Onde eu fico e fito, o fato, faceiro e feliz;
As portas se abrem são passeios que fecham,
Passageiros que descem são tantos que sobem.
Desço os degraus do transporte,
O portal de teletransporte.
Finalmente o banal, o ponto final.

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