terça-feira, 23 de junho de 2015

Resenha: Alice - No país das maravilhas & Através do espelho

Título: Alice: Edição de bolso luxo
Autor: Lewis Carroll
Editora: Zahar
Número de páginas: 320






Já tinha um tempo que eu queria ler Alice, já vi o filme muitas vezes e sempre vejo as pessoas falando. Então comprei duas edições de Alice, uma versão de bolso luxo incrível que é a que vou mostrar nesse post e outra em pop-up infantil que vou mostrar em breve aqui no blog, é o livro mais lindo que já vi.

Existem dois contos com a personagem Alice, o primeiro é Alice no país das maravilhas e o segundo é Através do espelho. O meu preferido foi Através do espelho, achei que a história é mais dinâmica e os personagens são mais interessantes. Os dois contos são muito doidos, com personagens fantásticos e malucos. No cinema, tanto no desenho quanto no filme, a história é a mistura dos dois contos, apresentando personagens dos dois e dando destaque para o gato, que quase não aparece no livro. O que mais gostei foi que nessa edição tem as ilustrações originais que são lindas, é de capa dura e a letra tem um tamanho ótimo, é até grande se considerar que essa é uma edição de bolso. Agora vamos as fotos...

Sempre fui apaixonada pela Alice, mas ler a história original e ver o quanto o filme foi adaptado me deixou muito curiosa e por isso comprei um livro só de contos de fadas, e vou fazer um post em breve falando mais sobre o livro e mostrando fotos, porque é uma edição muito linda.

Existe esse mesmo livro sem ser a edição de bolso, é bem mais caro, mas é igualmente lindo. 

Sinopse:
Passados 150 anos da publicação original, a clássica história de uma menina chamada Alice, que entra em uma toca atrás de um coelho falante e cai em um mundo de fantasia, continua popular.
Essa charmosa edição de bolso, com capa dura e ilustrações originais de John Tenniel, reúne Aventuras de Alice no País das Maravilhas e sua continuação, Através do espelho e o que Alice encontrou por lá.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Resenha: O Código Da Vinci - Dan Brown

Título: O Código Da Vinci
Autor: Dan Brown
Editora: Sextante
Número de páginas: 400






"Há símbolos ocultos em lugares que você jamais imaginaria." Pág 97
Sabe aquele livro que você viu sua mãe ler, mas era pequena demais pra ler também? Foi exatamente isso que aconteceu comigo e o livro O Código Da Vinci, vi minha mãe devorando o livro e quis ler também, ela me explicou que era um livro para adultos e eu só tinha 11 anos, mas agora já posso ler né? E foi isso que eu fiz. Semana passada comecei a ler o livro, felizmente tenho a edição ilustrada aqui em casa e foi uma leitura muito interessante, porque todos os lugares que ele cita, os objetos e tudo mais estão presentes nas fotos.  Não costumo ler suspense, mas abri uma exceção e ainda bem que fiz isso porque amei o livro! É um suspense perfeito, me prendeu do começo até o fim, minha meta era ler em dez dias (40 páginas por dia), mas acabei lendo em seis porque aconteciam coisas no livro e eu não conseguia parar de ler, quando ia olhar o relógio já era três da manhã e eu ainda estava lendo.
 "As conexões podem ser invisíveis, mas estão sempre presentes, enterrados logo abaixo da superfície." Pág 22

É um suspense policial que começa com o assassinato de um importante funcionário do Louvre (Saunière). A história vai se desenrolando e a neta dele (Sophie) e um históriador (Langdon) são os principais suspeitos e fogem da polícia enquanto tentam desvendar os mistérios que envolvem uma sociedade secreta. O livro fala do quadro Última Ceia e essa foi a minha parte favorita, eu já conhecia o quadro, mas nunca mais vou olhar pra ele do mesmo jeito, simplesmente incrível e curioso. Pude entender também o que tornou o livro tão famoso e polêmico. 


"A incompreensão gera a desconfiança, refletiu Langdon." Pág 52

Recomendo essa leitura a todos que curtem um bom suspense e aos que não curtem acho que podem começar a dar um chance lendo esse livro.

Sinopse:
Um assassinato dentro do Museu do Louvre, em Paris, traz à tona uma sinistra conspiração para revelar um segredo que foi protegido por uma sociedade secreta desde os tempos de Jesus Cristo. A vítima é o respeitado curador do museu, Jacques Saunière, um dos líderes dessa antiga fraternidade, o Priorado de Sião, que já teve como membros Leonardo da Vinci, Victor Hugo e Isaac Newton.
Momentos antes de morrer, Saunière deixa uma mensagem cifrada que apenas a criptógrafa Sophie Neveu e Robert Langdon, um simbologista, podem desvendar. Eles viram suspeitos e em detetives enquanto tentam decifrar um intricado quebra-cabeças que pode lhes revelar um segredo milenar que envolve a Igreja Católica.
Apenas alguns passos à frente das autoridades e do perigoso assassino, Sophie e Robert vão à procura de pistas ocultas nas obras de Da Vinci e se debruçam sobre alguns dos maiores mistérios da cultura ocidental - da natureza do sorriso da Mona Lisa ao significado do Santo Graal. Mesclando os ingredientes de um envolvente suspense com informações sobre obras de arte, documentos e rituais secretos, Dan Brown consagrou-se como um dos autores mais brilhantes da atualidade.

terça-feira, 16 de junho de 2015

(Tele)transporte público - Ayron













Não é o transporte público o que me excita,
Mas a diversidade propriamente dita.
Diversas formas com várias histórias,
Diversos gostos inúmeros rostos,
Lugares que passam são todos que ficam,
Algumas ficam, mas todas passam.
Somos todos unidos num único propósito.

Vagando em vagão ou em pé no “busão”,
Almas paradas ou alienadas,
Seguram nos canos bonecos de pano.
Eu, somente observo,
O outro babando, usa terno.
Muitos num mesmo transporte,
Teletransporte nas telas de toque.

Somos todos unidos por uma única vida;
Uma única linha;
Uma única finda;
Algo banal, ou ponto final.
Finalmente o ponto chega, ou seja,
Uns desembarcam, outros transpassam,
No meio da multidão sem reagir um arrastão.
Muitos desmaiam e outros quem vaiam.

Somos todos unidos por uma única rima.
A menina que xinga o saliente que brinca,
E com um pontapé nos bagos a guria faz estrago;
O menino que pede do cobrador se despede;
Lugares passam aonde pessoas aguardam,
Lugares que vagam onde pessoas ficaram,
Lugares ficam,
Aonde pessoas aguardam pessoas,
Que levam a lugares,
Aonde há mais pessoas.
                                                              
Onde eu fico e fito, o fato, faceiro e feliz;
As portas se abrem são passeios que fecham,
Passageiros que descem são tantos que sobem.
Desço os degraus do transporte,
O portal de teletransporte.
Finalmente o banal, o ponto final.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Resenha: Álbum de família - Nelson Rodrigues

Título: Álbum de família
Autor: Nelson Rodrigues
 Editora: Nova Fronteira
Número de páginas: 109






Vamos conhecer mais o universo do teatro?

Oi amores, trago hoje pela primeira vez uma peça de teatro. Meu amigo me emprestou o livro com o texto na íntegra e eu devorei. Foi o meu primeiro contato com um texto de Nelson Rodrigues, mas eu já sabia que ele passa longe dos padrões e é ai que a beleza se encontra. É uma leitura leve no quesito vocabulário, mas densa de conteúdo. Essa obra fala sobre uma família e toda a tragédia que a envolve. Todos os membros dessa família se relacionam de formas inusitadas e temas como traição, desconfiança, ódio, morte, aparecem durante toda a peça de uma maneira muito peculiar. É um texto que choca, principalmente por tratar de temas que a sociedade coloca como "tabus", mas, na minha humilde opinião, é isso que torna a leitura rica. Precisamos entrar em contato com coisas que incomodam, se é que posso dizer assim, mas coisas que muitas vezes não estão presentes na nossa vida, ou estão e evitamos. Esse contato, esse choque, é importante para que possamos evoluir como pessoas e é por isso que indico essa leitura maravilhosa.

Sinopse:
Terceira peça de Nelson Rodrigues, Álbum de família foi a que passou mais tempo embargada pela censura. A obra, baseada numa tragédia familiar, com elementos polêmicos como traição, ciúme, morte e, principalmente, incesto, foi escrita em 1945, mas só estreou em 1967. Nela, Nelson Rodrigues desmistifica a imagem aparentemente normal da instituição familiar, o que lhe rendeu muitas críticas e a posição de autor maldito no cenário dramático nacional da época.Com uma habilidade genial para ironizar e satirizar os desvios comportamentais da sociedade, Nelson Rodrigues criou um teatro único e universal que vem atravessando décadas com a mesma vitalidade. Para celebrar o centenário do dramaturgo, a Editora Nova Fronteira relança suas 17 peças, uma obra essencial que inaugurou e consolidou o modernismo no teatro brasileiro.

domingo, 7 de junho de 2015

Rory Book Project #0

Oi amores, tudo bem? Hoje vim falar sobre o meu novo projeto. Nunca comentei aqui, mas minha série preferida é Gilmore Girls, a Rory parece muito comigo em vários aspectos, principalmente nos relacionados a leitura, e acho que foi isso que me prendeu ao seriado. Recentemente descobri o Rory Book Project, que é um projeto de leitura onde você segue uma lista de mais de 250 livros citados pela personagem ao longo de todas as temporadas. Vi pela primeira vez no blog Literature-se (que recomendo muito!) e fui pesquisar melhor sobre o assunto. A lista é enorme, como já disse são mais de 250 títulos, então esse é um projeto pra vida toda e não vai ter um prazo nem nada parecido. Tem alguns livros que eu já li, a maior parte da lista é composta por clássicos e quem acompanha o blog sabe que sou incentivadora da literatura clássica, todos deveriam tentar ler os clássicos. Infelizmente alguns dos livros não foram traduzidos para o português, mas espero que meu inglês melhore o suficiente para que eu possa ler no futuro, enquanto isso vou lendo os que forem possíveis e compartilhando aqui no blog.

Criei uma página só sobre o projeto e lá vou marcando os livros lidos, os que tenho e colocando os links das resenhas. Estou bem empolgada e espero que vocês gostem, a lista é bem legal, vai estar disponível nesse post e na página que criei que vai estar na barra de informações na lateral do blog.

On the Road by Jack Kerouac
The Adventures of Huckleberry Finn by Mark Twain
Madame Bovary by Gustave Flaubert
The Second Sex by Simone De Beauvoir
Rosemary's Baby by Ira Levin
The Little Match Girl by Hans Christian Andersen
War and Peace by Leo Tolstoy
David Copperfield by Charles Dickens
Little Dorrit by Charles Dickens
Great Expectations by Charles Dickens
A Tale of Two Cities by Charles Dickens
Anna Karenina by Leo Tolstoy
Harry Potter & the Goblet of Fire by J.K. Rowling
Mencken's Chrestomathy by H.R. Mencken
My Life As Author And Editor by H.R. Mencken
Peyton Place by Grace Metalious
A Comedy of Errors by William Shakespeare
The Sonnets by William Shakespeare
A Room of One's Own by Virginia Woolf
Finnegans Wake by James Joyce
The Crucible by Arthur Miller
Emma by Jane Austen
Jane Eyre by Charlotte Bronte
Fear and Loathing in Las Vegas by Hunter S. Thompson
Pride and Prejudice by Jane Austen
The Portable Dorothy Parker by Dorothy Parker
The Group by Mary McCarthy
The Outsiders by S.E. Hinton
Helter Skelter: The True Story of the Manson Murders by Vincent Bugliosi and Curt Gentry
The Metamorphosis by Franz Kafka
The Miracle Worker by William Gibson
Swann's Way by Marcel Proust
The Divine Comedy by Dante
Carrie by Stephen King
A Streetcar Named Desire by Tennessee Williams
Don Quixote by Cervantes
Sonnets from the Portuguese by Elizabeth Barrett Browning
Christine by Stephen King
Who's Afraid of Virginia Woolf? by Edward Albee
The Bell Jar by Sylvia Plath
The Art of Fiction by Henry James
To Kill a Mockingbird by Harper Lee
The Grapes of Wrath by John Steinbeck
Ulysses by James Joyce
Out of Africa by Isac Denison
The Art of Fiction by Henry James
Walden by Henry David Thoreau
Fahrenheit 9/11 by Michael Moore
Secrets of the Flesh: A Life of Colette by Judith Thurman
Swimming with Giants: My Encounters with Whales, Dolphins and Seals by Anne Collett
Alice in Wonderland by Lewis Carroll
Who Moved My Cheese? by Spencer Johnson
Mrs. Dalloway by Virginia Woolf
Howl by Allen Ginsburg
Selected Letters of Dawn Powell : 1913-1965 by Dawn Powell
Rita Hayworth by Stephen King
The Virgin Suicides by Jeffrey Eugenides
The Mojo Collection: The Ultimate Music Companion by Jim Irvin
The Godfather: Book 1 by Mario Puzo
Uncle Tom's Cabin by Harriet Beecher Stowe
Savage Beauty:The Life of Edna St. Vincent Millay by Nancy Milford
The Sound and the Fury by William Faulkner
The Last Empire: Essays 1992-2000 by Gore Vidal
The Collected Short Stories by Eudora Welty
The Divine Secrets of the Ya-Ya Sisterhood by Rebecca Wells
The Complete Poems by Anne Sexton
Memoirs of a Dutiful Daughter by Simone de Beauvoir
Snow White and Rose Red by Grimm Brothers
The Catcher in the Rye by J.D. Salinger
The Tragedy of Richard III by William Shakespeare
The Iliad by Homer 
The Joy Luck Club by Amy Tan
The Shining by Stephen King
Gone with the Wind by Margaret Mitchell
Several biographies of Winston Churchill
The Scarecrow of Oz by L. Frank Baum
The Children's Hour by Lillian Hellman
To Have and Have Not by Ernest Hemingway
Inherit the Wind by Jerome Lawrence and Robert E. Lee
Letters to a Young Poet by Rainer Maria Rilke 
Franny and Zooey by J.D. Salinger
Notes of a Dirty Old Man by Charles Bukowski
Selected Letters of Dawn Powell : 1913-1965 by Dawn Powell
The Return of the King: Lord Of The Rings - Book 3 by J.R.R.Tolkien
Frankenstein by Mary Shelley
Hamlet by Shakespeare
Driving Miss Daisy by Alfred Uhry
Memoirs of General W. T. Sherman by William Tecumseh Sherman
Rapunzel by Brothers Grimm
David and Lisa by Dr Theodore Issac Rubin M.D.)
Waiting for Godot by Samuel Beckett
Our Mutual Friend by Charles Dickens
Candide by Voltaire
The Dirt: Confessions of the World's Most Notorious Rock Band by Tommy Lee, Vince Neil, Mick Mars and Nikki Sixx
The Bhagava Gita
Slaughter-House Five by Kurt Vonnegut
Please Kill Me: The Uncensored Oral History of Punk by Legs McNeil and Gillian McCain
Othello by William Shakespeare
terms of Endearment by Larry McMurtry
What Happened to Baby Jane? by Henry Farrell
Fletch by Gregory McDonald
Sophie's Choice by William Styron
The Wizard of Oz by L. Frank Baum
The Yearling by Marjorie Kinnan Rawlings
The Little Locksmith by Katharine Butler Hathaway
Complete Novels by Dawn Powell
Novels 1930-1942: Dance Night/Come Back to Sorrento, Turn, Magic Wheel/ Angels on Toast/ A Time to Be Born by Dawn Powell
What Color is Your Parachute? 2005 by Richard Nelson Bolles
The Portable Nietzche by Fredrich Nietzche
High Fidelity by Nick Hornsby
Rebecca of Sunnybrook Farm by Kate Douglas Wiggin
Emily the Strange by Roger Reger
The Graduate by Charles Webb
The Jumping Frog by Mark Twain
Girl, Interrupted by Susanna Kaysen
Inferno by Dante
Bridgadoon by Alan Jay Lerner
Those Lazy-Hazy-Crazy Days (3.1)
A Bolt From The Blue and Other Essays by Mary McCarthy
Shane by Jack Shaefer
Freaky Friday by Mary Rodgers
Goldilocks and the Three Bears by Alvin Granowsky
The Legend of Bagger Vance by Steven Pressfield
The Manticore by Robertson Davies
Dead Souls by Nikolai Vasilevich Gogol
Harry Potter and the Sorcerer's Stone: Harry Potter - Book 1 by J. K. Rowling
Henry V by William Shakespeare
The Merry Wives of Windsor by William Shakespeare
Henry IV, Part 1 by William Shakespeare
Henry IV, Part 2 by William Shakespeare
Fiddler of the Roof by Joesph Stein
The Unabridged Journals of Sylvia Plath 1950-1962 by Sylvia Plath
We Owe You Nothing- Punk Planet: the Collected Interviews edited by Daniel Sinker
Marathon Man by William Goldman
Deenie by Judy Blume
The Electric Kool-Aid Acid Test by Tom Woolf
A Christmas Carol by Charles Dickens
The Fountainhead by Ayn Rand
Love Story by Erich Segal
Romeo and Juliet by William Shakespeare
Oliver Twist by Charles Dickens
The Hunchback of Notre Dame by Victor Hugo
How the Grinch Stole Christmas by Dr. Seuss
Babe by Dick King- Smith
The Art of War by Sun Tzu
Gidget by Frederick Kohner
The Outbreak of the Peloponnesian War by Donald Kagan
The Peace of Nicias and the Sicilian Expedition by Donald Kagan
Archidamian War by Donald Kagan
The Fall of the Athenian Empire by Donald Kagan
Stuart Little by E. B. White
Julius Caesar by William Shakespeare
The Great Gatsby by F.Scott Fitzgerald
Mutiny On The Bounty by Charles Nordhoff and James Norman Hall
Eloise by Kay Thompson
Macbeth by William Shakespeare
Europe Through the Back Door, 2003 by Rick Steves
The Rough Guide to Europe, 2003 Edition
Nickel and Dimed by Barbara Ehrenreich
Myra Waldo's Travel and Motoring Guide to Europe, 1978 by Myra Waldo
Selected Hotels of Europe
Moby Dick by Herman Melville
The Holy Barbarians by Lawrence Lipton
Walt Disney's Bambi (Based on Original Story by Felix Salten) by Felix Salten
Encyclopedia Brown: Boy Detective byDonald J. Sobol
The Fellowship Of The Ring: Lord Of The Ring - Book 1 by J.R.R. Tolkien
Moliere: A Biography by Hobart Chatfield Taylor
Backlash: The Undeclared War Against American Women by Susan Faludi
I'm With the Band by Pamela Des Barres
The Raven by Edgar Allan Poe
One Hundred Years of Solitude by Gabriel Garcia Marquez
Eleanor Roosevelt by Blanche Wiesen Cook
Pinocchio by Carlo Collodi
The Hobbit, The Sofa and Digger Stiles (4.3)
Atonement by Ian McEwan
Northanger Abbey by Jane Austen
Snows of Kilimanjaro by Ernest Hemingway
Tender is the Night by F. Scott Fitzgerald
The Sun Also Rises by Ernest Hemingway
Wurthering Heights by Emily Bronte
Cujo by Stephen King
1984 by George Orwell
Valley of the Dolls by Jacqueline Susann
Lies and the Lying Liars Who Tell Them by Al Franken
The Gnostic Gospels by Elaine Pagels
The Crimson Petal and the White by Michel Faber
The Price of Loyalty: George W. Bush, the White House, and the Education of Paul O'Neill by Ron Suskind
The Trial by Franz Kafka
Say Goodbye to Daisy Miller by Henry James
A Room With a View by E.M. Forster
Roman Holiday by Edith Wharton
The DaVinci Code by Dan Brown
The History of the Decline and Fall of the Roman Empire by Edward Gibbon
The Naked and the Dead by Norman Mailer
A Confederacy of Dunces by John Kennedy Toole
Less than Zero by Bret Easton Ellis
My Lai 4: A Report on the Massacre and Its Aftermath by Seymour M. Hersh
A Heartbreaking Work of Staggering Genius by Dave Eggers
Demons by Fyodor Dostoevsky; translated by Richard Pevear and Larissa Volokhonsky
Catch-22 by Joseph Heller
Pushkin: A Biography by T.J. Binyon
Ethics by Spinoza
Beowulf: A New Verse Translation by Seamus Heaney
The Gospel According to Judy Bloom
Leaves of Grass by Walt Whitman
It takes a Village by Hillary Clinton
R is for ricochet by Sue Grafton
Angela’s Ashes by Frank McCourt
Robert’s Rules of Order by Henry Robert
The Year of Magical Thinking by Joan Didion
Charlotte’s Web by E.B. WhitE
The New Way Things Work by David Macaulay
Sexus by Henry Miller
In Cold Blood by Truman Capote
The Norton Anthology of Theory and Criticism by William E. Cain, Laurie A. Finke, Barbara E. Johnson, John P. McGowan, Jeffrey L. Williams, Vincent B. Leitch
R is for Ricochet, S is for Silence by Sue Grafton
A Monetary History of the United States by Milton Friedman
Eva Luna by Isabel Allende
Gender Trouble by Judith Butler
The Vanishing Newspaper by Phillip Meyers
As I Lay Dying by William Faulkner
Tuesdays with Morrie by Mitch Albom
The Canterbery Tales by Geoffrey Chaucer
Complete Stories by Dorothy Parker
The Collected Stories of Eudora Welty by Eudora Welty
New Poems of Emily Dickinson by Emily Dickinson
Living History by Hillary Rodham Clinton
Sanctuary by William Faulkner
A Moveable Feast by Ernest Hemingway
The Perks of Being a Wallflower by Stephen Chbosky
The Good Soilder by Ford Maddox Ford
Social Origins of Dictatorship and Democracy: Lord and Peasant in the Making of the Modern World by Barrington Moore
Lady Chatterley's Lover by D.H. Lawrence
Rebecca by Daphne Du Maurier
Bitch In Praise of Difficult Women by Elizabeth Wurtzel
George W. Bushisms : The Slate Book of The Accidental Wit and Wisdom of our 43rd President by Jacob Weisberg
Pigs at the Trough by Arianna Huffington
Velvet Underground's The Velvet Underground and Nico (Thirty Three and a Third series) by Joe Harvard
Everything Is Illuminated by Jonathan Safran Foer
The House of the Spirits by Isabel Allende
Monsieur Proust by Celeste Albaret
Iron Weed by William J. Kennedy
Daughter of Fortune by Isabelle Allende
Kitchen Confidential: Adventures in the Culinary Underbelly by Anthony Bourdain
A Clockwork Orange by Anthony Burgess
House of Sand and Fog by Andre Dubus III

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Resenha: Eu que amo tanto

Título: Eu que amo tanto
Autor: Marília Gabriela
Editora: ROCCO
Número de páginas: 160






"Sou aquela que se doa a cada vez que escolhe o amor." Página 72

"Amor é entrega, respeito, é uma ação, é fazer alguma coisa por alguém. Amor é intimidade, e essa eu ainda não estou preparada para dar e tenho medo do que possa vir a fazer com ela." Página 88

Esse livro entrou para o meu Top5, sou super apegada aos livros e esse peguei emprestado então vou ter que devolver em breve e vai ser difícil fazer isso. O livro é dividido em 13 histórias de amor, mas amores destrutivos que mudaram a vida de treze mulheres.  Preparem-se pra ficar com ressaca literária depois de ler essas histórias incríveis. Acho que qualquer pessoa se identifica, porque todas as pessoas buscam o amor de alguma forma, mas como mulher me coloquei no lugar de cada uma delas e olha, não é fácil. Até que ponto nos deixamos levar por um amor? O começo é lindo, o meio difícil e o final arrebatador, e todas as treze histórias são assim. A maneira como Marília Gabriela escreveu os relatos dessas mulheres deu um grau de sensibilidade incrível, nada de rodeios, é como se a mulher estivesse na sua frente, te contando tudo, é uma sensação de intimidade mesmo, como se essas mulheres confiassem no leitor e dessa forma, abriram seus corações.

"Veja bem, inventar, não reinventar, pois considero que nunca existi até agora. Eu fui os outros, eu fui os homens que tive, os pais que me criaram, as amizades que logrei com meus agrados, com minhas personagens de conveniência, eu fui ninguém. Massa amorfa e moldável, fui tão-somente o que eles queriam que eu fosse ou, pelo menos, aquilo que eu achava que queriam que eu fosse. Me adaptei. Agora sou um feto, um girino, um ser em formação." Página 54

Agora vamos falar de estética. Esse livro é cheio de fotografias, feitas pelo Jordi Burch, com muita sensibilidade ele captou momentos de intimidade dessas mulheres, as fotos são mesmo das mulheres que viveram as histórias, algumas não mostram o rosto outras sim, mas o que importa é o quão corajosas elas foram ao compartilhar isso com tantas pessoas. A diagramação é muito bem feita, a parte gráfica ganha destaque é um livro bonito de se ver. Estou destacando, além do conteúdo literário, a parte da fotografia e edição porque é um livro caro (em torno de 60/70 reais), mas é esse preço por ter esse diferencial, não vejo a hora de comprar ou ganhar um porque vou ter que devolver o que está aqui em casa.

"É uma história nova, intrigante, me tira a tranquilidade. Adoro pessoas que me arrancam do chão por três segundos. Amo a adrenalina penetrando a veia, e cuido para não pensar na puta ressaca emocional que vem depois. Vício doido. Amo e odeio." Página 118

Sinopse: 
Quem disse que o amor é um sentimento sempre construtivo? Neste livro com novo projeto gráfico - em formato menor, sem fotos e com um texto inédito, a jornalista de prestígio, atriz e apresentadora consagrada Marília Gabriela revela o perfil de 13 mulheres que sofrem de dependência afetiva por amar demais. O livro tem projeto gráfico diferenciado, que alia os textos da jornalista a um belo ensaio fotográfico do catalão Jordi Burch. Forte candidato a presente de Natal e amigo oculto neste fim de ano, 'Eu que Amo Tanto' marca a estréia de Marília Gabriela na seara literária, com um tema bastante popular e polêmico.

domingo, 31 de maio de 2015

Sobre abrir-se ao mundo - Ayron



Hoje abri a torneira e não havia água;
Abri a porta de casa e não havia compaixão;
Abri a sala de aula e não havia alunos;
Abri o hospital e não havia espaço;
Abri as portas do Estado e não havia interesse – enquanto no sistema é só o que havia;
Abri a porta da rua e, cheias, não havia ninguém;
Abri a porta do templo e não havia amor;
Um dia abrirei os olhos e não haverá esperança.




sexta-feira, 29 de maio de 2015

Resenha: Paixão

Título: Paixão
Autor: Lauren Kate
Editora: Galera Record
Número de páginas: 377






Pra quem não sabe esse é o terceiro livro da série Fallen, os dois primeiros já foram resenhados aqui no blog, você pode ver a resenha do primeiro clicando AQUI e do segundo clicando AQUI. Tenho que confessar que o começo desse livro não me deixou muito empolgada, mas acabou me conquistando e virando o meu preferido dos três que já li da série. Dessa vez Luce vai realmente atrás de respostas para suas perguntas infinitas e finalmente as encontra. O curioso é que ela faz isso visitando algumas de suas inúmeras encarnações e presenciando sua morte em cada uma delas, buscando provar que o amor que ela e Daniel sentem um pelo outro vai muito além da maldição deles.

Porém para Luce, era diferente. Ela não tinha acesso ao esplendor do amor deles, apenas ao seu fim trágico. Pág 148

Ela reconheceu o brilho da alma de Daniel. E precisava vê-lo novamente. Talvez houvesse uma maneira de sobreviver a isso. Precisava, ao menos, tentar. Pág 294

Como eu li um livro atrás do outro eu acabei ficando meio enjoada dos personagens e tudo mais, não quis que isso influenciasse minha opinião sobre o livro, por isso dei uma pausa e li outras coisas e também é por esse motivo que demorei para fazer essa resenha. Pra quem está curioso nesse livro o Daniel volta ao dia em que a queda aconteceu, que também é o dia em que ele foi amaldiçoado, e finalmente ficamos sabendo como toda essa história começou e achei bem inesperado como tudo aconteceu. Já disse que esse foi meu preferido dos três livros que li e o motivo é que vi um amadurecimento dos personagens, principalmente da Luce e do Daniel, o livro mostra basicamente eles dois, se você tem algum outro personagem a qual é apegado pode esquecer dele nesse livro, os outros anjos e demônios aparecem no começo, no final e em alguns pontos específicos ao longo do livro. 

Existe apenas esperança. Um dia, você sobreviverá. Essa verdade absoluta é a única que me faz seguir em frente. Nunca desistirei de você. Mesmo que precise esperarmos toda a eternidade. Eu a amarei com todo o coração, em cada uma das suas vida, por cada uma de suas mortes. Não me prenderei a nada além do meu amor por você. - Daniel pág 342 

Já tenho o quarto livro da série aqui em casa, mas tenho outras leituras que são prioridades agora, principalmente as da faculdade, então vai demorar um pouco pra sair a resenha do último livro e da série como um todo. Continuo indicando essa série, mas com a mesma opinião: acho que as coisas demoram muito pra acontecer algo realmente relevante. Neste terceiro livro senti menos isso, mas no primeiro e no segundo as coisas demoram muito pra acontecer. O terceiro livro tem muitas partes importantes e gostei muito dessa leitura. Espero que estejam gostando de acompanhar as resenhas dessa serie, fazia tempo que eu não escolhia uma série pra ler e estou gostando de passar mais tempo acompanhando os mesmo personagens. Já comprei o quarto livro da série, mas ele não está nas minhas prioridades agora, então devo demorar pra fazer a resenha dele, mas estou lendo livros incríveis e muitas resenhas legais vão ser postadas aqui.

Algumas pessoas passam a vida inteira em busca de um amor como esse. Pág 343

domingo, 24 de maio de 2015

A última crônica

Oi pessoal, um tempo atrás eu trouxe um texto que marcou minha infância e essa semana escolhi trazer uma crônica que mexeu muito comigo no ano passado. Pra quem não sabe me formei no terceiro ano no ano passado e comecei a faculdade esse ano. Tive a sorte de ter um professor de literatura muito bom e em uma das aulas ele leu essa crônica e é uma das mais lindas que conheço. Sempre que lembro das aulas essa crônica vem na mesma hora na minha cabeça e decidi compartilhar com vocês. Espero que gostem o mesmo tanto que eu ou, quem sabe, até mais. A crônica é do Fernando Sabino que é um escritor e jornalista brasileiro.

A última crônica

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever.

A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.

Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho -- um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.

São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura — ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido — vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.

Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.


Texto extraído do livro
"A Companheira de Viagem", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1965, pág. 174.

Essa é a minha crônica favorita e espero que tenham gostado tanto quanto eu, lembro perfeitamente da primeira vez que ela foi lida pra mim e desde então conquistou um lugar no meu coração. rs A mensagem é linda e me fez refletir, espero que provoque isso nos que também leram.

Foto: WeHeartIt

segunda-feira, 18 de maio de 2015

A infância mais bela #2 - Brincar é urgente!

A importância de brincar


Brincar faz parte da infância e tem grande importância para o desenvolvimento das crianças. Atualmente temos dois tipos de privação do brincar, o primeiro caso é composto por crianças que infelizmente perdem essa parte da infância porque precisam trabalhar e o segundo caso é o oposto, crianças de pais com uma boa situação econômica e que colocam essas crianças em mil e uma atividades complementares, além da escola. Ballet, inglês, sapateado, luta, teatro. Nessa correria acaba ficando difícil separar um tempo para a brincadeira. Sei que a intenção dos pais ao colocar os filhos nessas atividades é, na maior parte dos casos, boa, sempre pensando no melhor que podem oferecer aos filhos. Mas nos dois casos as crianças chegam em casa exaustas e a pergunta central é: onde fica o espaço para a brincadeira no meio dessas rotinas? E por que esse tempo é tão importante?

A criança passa por diferentes tipos de interação social e contexto ambiental, passando por um período de desenvolvimento que lhe permite aprender inúmeras habilidades que serão úteis na vida adulta. No início a criança brinca sozinha, depois lado a lado com outras crianças e, por fim, vem a interação social que envolve cooperação e troca de papéis. É comum pensar que a principal função da brincadeira é preparar o indivíduo para o futuro, tanto em animais como em seres humanos (Smith, 1982). No entanto, a brincadeira em animais pode ter efeito a curto prazo também (Martin e Caro, 1985). Em seres humanos, sugere-se que diferentes formas de comportamentos envolvidos na brincadeira podem ter consequência a curto prazo no desenvolvimento infantil, como por exemplo, aprimoramento no controle de padrões motores, resistência e força física (Pellegrini e Smith, 1998).

Segundo Vygotsky (1989) - um dos autores que embasam teoricamente a proposta pedagógica da Creche Francesca Zacaro Faraco - o brincar cria a chamada zona de desenvolvimento proximal, impulsionando a criança para além do estágio de desenvolvimento que ela já atingiu. Ao brincar, a criança se apresenta além do esperado para a sua idade e mais além do seu comportamento habitual. Para Vygotsky, o brincar também libera a criança das limitações do mundo real, permitindo que ela crie situações imaginárias. Ao mesmo tempo é uma ação simbólica essencialmente social, que depende das expectativas e convenções presentes na cultura. Quando duas crianças brincam de ser um bebê e uma mãe, por exemplo, elas fazem uso da imaginação, mas, ao mesmo tempo, não podem se comportar de qualquer forma; devem, sim, obedecer às regras do comportamento esperado para um bebê e uma mãe, dentro de sua cultura. Caso não o façam, correm o risco de não serem compreendidas pelo companheiro de brincadeira.

Durante a brincadeira a criança coloca em prática a sua cultura, aprende a se comportar em diversas situações através do muito conhecido "faz de conta". Brincando com outras crianças ela aprende a compartilhar, respeitar o próximo e a negociar, três práticas importantíssimas durante toda a vida do indivíduo. A brincadeira também é um meio de expressão da criança, ali ela pode ser o que quiser e viver situações imaginárias onde pode explorar, vivenciar e criar.

É muito importante que os adultos tentem resgatar o espírito do brincar, para que possam participar também desse processo do desenvolvimento das crianças, mas infelizmente, a boneca que era tudo quando éramos pequenos perde a magia e é importante que vivenciemos isso enquanto crianças, porque não sei exatamente em que momento, esse encantamento se perde. Têm uma frase que eu gosto muito, escutei no documentário Tarja Branca, que tem resenha aqui no blog, que é: Brinca é urgente! E eu digo mais, brincar é garantido pela Constituição, então vamos fazer o possível para que todas as crianças tenham essa prática no cotidiano.


Referências:
http://www.ufrgs.br/creche/a-unidade/psicologia-1/a-importancia-do-brincar-para-o-desenvolvimento-infantil
http://educador.brasilescola.com/comportamento/a-importancia-brincar.htm
Texto: Contribuições da Etologia para a compreensão do comportamento humano (Mauro L. Vieira)

domingo, 17 de maio de 2015

Resenha: O Cortiço - Aluísio de Azevedo

Título: O Cortiço
Autor: Aluísio de Azevedo
Editora: Nova Fronteira (Saraiva de bolso)
Número de páginas: 267








Oi amores! Já deixem bem claro por aqui que amo os clássicos e hoje trago um que virou meu queridinho. Faz tempo que O Cortiço está na minha estante e sinceramente não sei porque demorei tanto pra ler. Mas felizmente levei ele comigo no feriado de Páscoa e devorei todas as páginas. Normalmente levo os livros em viagens e acabo me distraindo com outras coisas e não leio nada, mas dessa vez foi diferente, me envolvi com a história e todos os personagens e li o livro todo rapidinho, é muito bom quando isso acontece né?

"Forte para desejar e fraco para resistir ao desejo."

O livro conta o dia a dia da vida em um cortiço no Rio de Janeiro. Pra quem não sabe os cortiços eram muito comuns e eram estalagens com várias "casas" e todo mundo mora meio que junto, as condições são bem precárias e era onde as pessoas mais pobres moravam. O cortiço construído por Aluísio nesse livro era composto por pequenas casas, uma venda, nos fundos tinha uma pedreira e no pátio ficavam as lavadeiras que pagavam uma certa quantia para o dono do cortiço para poderem trabalhar naquele espaço. O tema central é mostrar como era a vida nesse espaço, onde se encontravam pessoas tão diferentes e que tinham que conviver ali e o meu tópico preferido é como o meio influência e transforma o indivíduo. Pra mim, essa parte do livro é a mais importante. Tem um personagem que vai morar com sua esposa no cortiço para trabalhar na pedreira e durante o tempo que passa morando ali ele é transformado por aquele novo ambiente e é muito legal ler o livro com atenção a isso. Todas as pessoas são modificadas de alguma forma pelas coisas e pessoas que as cercam e isso ocorre naturalmente com todo mundo, mas poucas vezes paramos para pensar e perceber isso, acho válido prestar bastante atenção nesse ponto da leitura de O Cortiço.

"Que estranho poder era esse, que a mulher exercia sobre eles, a tal ponto, que os infelizes, carregados de desonra e de ludíbrio, ainda vinham covardes e suplicantes mendigar-lhe o perdão do mal que ela fizera?... E surgiu-lhe então uma ideia bem clara da sua própria força e do seu próprio valor. Sorriu. E no seu sorriso já havia garras."

O texto é bastante descritivo, o que é ótimo, porque conseguimos realmente visualizar o ambiente retratado e principalmente os personagens, que são muito bem construídos. O que gostei é que o autor mostra os personagens tanto em sua individualidade quanto no convívio com outras pessoas e isso dá uma visão melhor de quem cada um realmente é, porque nem sempre somos nós mesmos perto de outras pessoas e o que se passa na mente de cada um, seus desejos e angustias, é mostrado também ao longo da narrativa. O livro é dividido por capítulos, 23 ao todo, e a edição que eu li trás logo no início um panorama geral sobre o autor, suas influências e sobre os personagens. Como a maioria dos textos naturalistas os personagens são comparados o tempo todo com animais e essa é uma característica muito forte presente em todo o livro.

"Amara-o a princípio por afinidade de temperamento, pela irresistível conexão do instinto luxurioso e canalha que predominava em ambos, depois, continuou a estar com ele por hábito, por uma espécie de vício que amaldiçoamos sem poder largá-lo."

Amo os livros e produções naturalistas e realistas e sabia que ia amar esse livro, mas pra quem não tem costume de ler clássicos e gostaria de começar acho que esse é um ótimo livro porque a linguagem é muito tranquila e apesar da temática é uma leitura leve. Amei e indico o livro para todas as pessoas. Não tem onde colocar defeito, adorei a escrita, os personagens, a temática, tudo!!! Espero que essa resenha influência alguns de vocês a sair da mesmice e dar uma chance aos clássicos. Até o próximo post. Beijinhos

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Resenha: HP e a Pedra Filosofal

Título: Harry Potter e a Pedra Filosofal
Autor: J.K.ROWLING
Editora: ROCCO
Número de páginas: 223






Oi amores, tudo bem? Fico até com vergonha de falar, mas até essa semana nunca tinha lido um livro do Harry Potter. Eu sei, eu sei, é um absurdo. Cresci vendo os filmes e sempre li muito, não sei como não tinha lido a série ainda. Uns anos atrás ganhei o primeiro livro, mas acabou ficando na estante tomando poeira. Esse ano coloquei como uma das minhas metas literárias ler todos os livros do Harry Potter, peguei uma promoção no Submarino e comprei a coleção toda na edição de capa branca (que na minha opinião é a mais bonita ever). 

 O problema é que os humanos têm o condão de escolher exatamente as coisas que são piores para eles. (pág 214)

Esse primeiro livro vai apresentar o mundo da magia tanto para os leitores quanto para o próprio Harry. A escola de magia é apresentada, Harry faz amigos e começa a desvendar o seu passado, desconhecido até então. Enfrenta dificuldades e tem que lidar com a fama que não sabia que tinha. Fiz uma leitura diferente, a cada três capítulos eu parava e via o filme até a parte que eu tinha parado de ler, assim pude ver bem as adaptações que fizeram pro cinema. Já li alguns livros que foram adaptados para o cinema e sempre me decepciono bastante, mas com Harry Potter e a Pedra Filosofal não aconteceu isso. É claro que tem algumas coisas que faltam ou foram modificadas no filme, mas nada absurdo. O que eu sei é que depois do quarto filme fica bem diferente do livro, mas ainda não posso dar minha opinião sobre isso, espero poder falar em breve.

A verdade é uma coisa bela e terrível, e portanto deve ser tratada com grande cautela.  (pág 215)

Bom, foi uma experiência boa ler esse livro, tenho lido muitos textos teóricos pra faculdade e sempre que eu parava pra ler HP me desligava um pouco e ficava mais tranquila. Acho que faz super bem ler um livro de fantasia durante o semestre, porque te tira completamente da realidade e te transporta para um universo cheio de novidades. É sempre bom esvaziar um pouco a cabeça e se distrair. A edição que comprei tem alguns erros de digitação, mas nada demais. Já amava o filme e sabia que ia amar ainda mais o livro, cresci com Harry Potter e ver os filmes ou ler me lembra bons momentos, os amigos reunidos comendo pipoca e ansiosos pra conhecer as aventuras do Harry. Vale destacar que amei o final do livro, uns dos melhores que já li. Dei cinco estrelas para o livro no Skoob, estou tentando usar esse aplicativo, mas ainda não tive tempo de cadastrar todos os livros da minha estante, mas atualizo o que li todos os dias.

Não existe bem nem mal, só existe o poder, e aqueles que são demasiado fracos para o desejarem... (pág 210)

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Um conto a cerca do amor

Assim como há grandes segredos por trás do amor – da sua definição, interpretação e até mesmo do que é senti-lo – há também inúmeras histórias que tentam dar explicações a certas características de tal sentimento, afinal, sua origem é e sempre será um mistério.
Tentarei agora lhes contar uma delas.

R
eza a lenda que era um rei temido e poderoso; conquistador das melhores terras, possuidor das melhores armas; dono de um grande reino, e também de um grande amor.

       Mas diferente do amor que conhecemos hoje, este rei – bem como todo o seu povo – sentia um amor egoísta e unilateral. Nesta época o amor dependia única e exclusivamente daquele que o sentia – quem amava via-se completo simplesmente por amar, independente do que ocorresse ao ser amado. Se as atitudes tomadas por conta do amor fossem boas ou ruins pouco importava enquanto trouxessem satisfação – se fosse necessário ceifar uma vida, assim era feito, ou se molestar fosse preciso, também. Neste contexto um amor sem pudor e compaixão se manifestava sobre este povo e sobre este rei.
Porém, desde quando o mundo é mundo que para tudo o que nele acontece existem controvérsias.
Dentre as personagens desta trama havia uma bruxa que não sentia este amor egoísta – e talvez por isso, recebia o título de bruxa. Diante do amor que se propagava, desde os becos suados dos vilarejos aos cômodos vazios do palácio, o que transbordava no peito da bruxa era diferente – para ela, além de colher o fruto do amor que sentia era necessário alimentar quem o plantou – e com ele, pelo rei ela se apaixonou. O amou, e até sentiu-se satisfeita com tal sentimento, porém este amor – se é que podemos chamar dessa forma – se esvaeceu em decepção e rancor.
Era um sentimento intenso que já rendia anos, e até parecia recíproco em alguns momentos, mas o rei com sua soberba e amor descompassado não retribuía com a mesma simplicidade e empatia que lhe entregava a bruxa – que se sentia a cada dia, de rainha à escrava. O rei faminto destrinchava como uma ave as partes do amor e coração de sua pobre amante, até o dia em que ela se cansou de tanto desgosto e decidiu, antes de acabar com sua vida e sofrimento pelo amor não retribuído, rogar uma praga que se perpetuaria por toda a história da humanidade.
Reza a lenda que a bruxa praguejou sobre o amor de cada homem, prometendo que tal sentimento jamais sobreviveria se individual, unilateral e egoísta. Nenhum homem seria capaz de amar sem ser amado, de encontrar o amor sem a ajuda de outra pessoa. Reza a lenda que até hoje, todos os homens da terra estão fadados a vagar em busca do amor verdadeiro.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Documentário: Tarja Branca - A revolução que faltava

Título: Tarja Branca - A revolução que faltava
Diretor: Cacau Rhoden

Oi amores, tento trazer sempre uma resenha de filme legais, mas hoje trouxe um documentário. Na semana de matrícula na minha faculdade eles fazem o acolhimento, e acontecem várias atividades na faculdade para receber os calouros e uma delas foi a transmissão do documentário Tarja Branca (do mesmo diretor de Muito Além do Peso) seguido de um debate. Já conhecia o Muito Além do Peso e fiquei curiosa para ver mais coisas desse diretor e isso me motivou a ir ao debate.

O documentário é incrível, trás diversas personalidades de diferentes áreas de atuação e cada uma se posiciona em relação ao tema central que é o momento lúdico nos dias atuais, tanto para adultos quanto para crianças. Esse tema é fenomenal e provoca muitas reflexões.
Vejo que hoje é pouco espaço para o lúdico, principalmente quando se é adulto. Como se brincar fosse coisa só de criança, de gente boba. Muitas vezes aqueles que levam a vida de uma forma mais leva e se permitem explorar o lado lúdico da vida não são levados muito à sério. Existe uma cobrança muito grande, e senti isso recentemente, de que as pessoas cresçam e crescer significa abrir mão de alguns prazeres e facilidades que temos quando crianças e jovens. Discordo disso. Acredito que o processo de amadurecimento de uma pessoa vem junto comas responsabilidades que ela vai acrescentando a sua vida e isso acontece naturalmente, mas isso não quer dizer que deva passar a encarar a vida com mais seriedade e deixando de lado esses momentos tão especiais e divertidos de brincadeira.
Brincar é muito mais do que só brincar, é um momento de aprendizagem, de onde surgem as melhores lembranças e sabendo disso não entendo como as pessoas possam acreditar que abrir mão de algo tão bom signifique que você amadureceu. Existe ai uma inversão de valores e isso tem efeito direto na vida das pessoas. Acredito que essa geração que vive estressada, correndo, preocupada e infeliz vive assim porque não se permite momentos mais leves e lúdicos. Posso falar mais disso em um outro post, mas foram basicamente essas as minhas reflexões e conclusões após assistir ao documentário.

Sinopse: Dos mesmos produtores do filme "Muito Além do Peso", chega aos cinemas em junho Tarja Branca!
Onde está nosso espírito lúdico? Qual o lugar do brincar nas nossas vidas?
Os remédios tarja preta parecem ser a cura imediata para ansiedade, insegurança, medo e depressão. Mas o que aconteceria se colocássemos uma dose de tarja branca no nosso dia a dia?
Por meio de reflexões de adultos de gerações, origens e profissões diferentes, TARJA BRANCA, dirigido por Cacau Rhoden e produzido pela Maria Farinha Filmes, explora o conceito de "espírito lúdico", tão fundamental à natureza humana, e sobre como o ser humano contemporâneo se relaciona com ele.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

A infância mais bela #1

Estou fazendo faculdade de Pedagogia na UFF e tenho lido textos incríveis. O primeiro texto que tive que ler foi uma dissertação de mestrado do Daniel Rossi Nunes Lopes sobre A República de Platão, Livro X. Foi o texto mais difícil que li até agora, acho que por ser uma dissertação de mestrado acaba ficando mais complicado mesmo, mas agora estou lendo o texto do Platão mesmo, na íntegra, e acho que dá pra fazer um diálogo bem legal com a atualidade.

Platão em A República teoriza o que seria uma cidade ideal, o que seria permitido e excluído dessa sociedade. Logo nos primeiros livros (o II e III) ele faz uma crítica a educação grega. Naquela época a educação era feita através das poesias que era faladas aos jovens e nelas estavam presentes a mitologia, as guerras, os valores e tudo o que aqueles jovens deveriam aprender. A poesia de Homero era amplamente utilizada e este foi alvo das críticas do Platão. A crítica vem da ideia de que os deuses e heróis dos poemas não são retratados com todas as virtudes que Platão considerava importantes e eles também cometiam erros e que muitas vezes atos horríveis e cruéis são passados aos jovens como se não fossem nada de extraordinário. O problema disso tudo é que o jovem não é capaz de separar o que é ilustrativo do que não é e acaba absorvendo coisas ruins desse método de ensino.

"Não se deve dizer diante de um jovem ouvinte que, praticando os piores crimes e castigando um pai injusto da forma mais cruel, ele nada faz de extraordinário e procede como os primeiros e maiores entre os deuses."

"A criança não pode discernir o que é alegórico do que não é, e as opiniões que acolhe nesta idade tornam-se comumente, indeléveis e inabaláveis. É por isso, sem dúvida, que é preciso fazer o máximo para que as primeiras primeiras fábulas que ela ouve sejam as mais belas e as mais apropriadas para ensinar-lhe a virtude."

Lendo esses trechos, ambos do Livro II, comecei a fazer um diálogo com a atualidade. Será que hoje nós apresentamos para as crianças as coisas mais belas que elas poderiam ver e ouvir? Tenho uma critica muito grande ao uso da televisão na educação, mas acho que isso é um ponto para ser trabalhado melhor em um outro post, mas vou pegar esse exemplo. Será que o que as crianças vêem, muitas vezes, diariamente e repetidamente na televisão são as coisas mais belas que elas podem ter acesso?

Aqui no Brasil a influência das novelas é enorme e muitas pessoas assistem e pode acontecer, até com
uma certa frequência, que as crianças estejam presentes nesse momento que deveria ser destinado somente aos olhos adultos. As novelas mostram momentos lindos, admito, mas entre um momento lindo e outro mais ainda temos o que? Mortes, traições, roubos, trapaças e tudo que pessoas que não são éticas fazem. Agora vamos pensar em uma criança de uns quatro ou cinco anos assistindo cenas assim. Sei que muitas pessoas acham que as crianças não estão prestando atenção, mas temos que tomar muito cuidado. Até os sete anos as crianças tomam como verdade quase tudo o que elas vêem e escutam. Se elas assistirem uma briga na televisão ou até mesmo em casa, vão entender aquilo como verdade e como algo natural, quando na verdade o que ela deveria ver dessa forma é que ao invés de brigar devemos usar o diálogo para resolver nossas divergências.

Depois desse exemplo retomo minha pergunta: Será que hoje nós apresentamos para as crianças as coisas mais belas que elas poderiam ver e ouvir? Da mesma forma que Platão criticou há tanto tempo a poesia e os poetas de desconhecerem o que e bom e o que é mal eu acho que o papel dos pais hoje é ter essa reflexão e ver se realmente estão apresentando aos filhos o que existe de mais puro e virtuoso. Com isso não digo que é pra colocar as crianças em um casulo onde o mundo é perfeito e tudo é belo, não é isso que estou falando. Mas acredito que a consciência da maldade das pessoas e do mundo que nos cerca vem naturalmente, infelizmente, e não deve ser estimulado e retratado na frente das nossas crianças da maneira como tem acontecido.


Esse é o primeiro artigo da minha parceria com a Mundo Infantil e espero que gostem desse modelo de post, vou me dedicar pra trazer conteúdos legais voltados para a educação. Os leitores do blog têm 5% de desconto nas compras através do site da Mundo Infantil e é só usar o código #UL ao finalizar a compra. Aproveitem e até o próximo post. 

terça-feira, 28 de abril de 2015

Resenha: A metamorfose - Franz Kafka

Título: A metamorfose
Autor: Franz Kafka
Editora: Companhia das Letras
Número de páginas: 96










Oi amores! Hoje trouxe um livro completamente diferente dos que já li e compartilhei por aqui. A metamorfose é uma novela de Franz Kafka que me surpreendeu muito. É um livro pequeno, e a edição que eu comprei tem as letras bem grandes, então devorei o livro rapidinho. Além disso o que eu gostei muito dessa edição é que no final tem algumas páginas dedicadas à falar sobre o livro que você acabou de ler e também sobre o autor, o que me ajudou muito a criar um contexto ao redor dessa obra, como ela foi escrita e sua influência.

 "Tudo o que não é literatura me aborrece"
- KAFKA, Franz

Foi meu primeiro contato com a escrita do Kafka e eu amei, principalmente porque foi diferente de tudo o que já li. O que eu sabia era que o personagem principal (Gregor) acordava metamorfoseado em um inseto e depois disso a família tem que aprender a lidar com a nova situação, mas o livro vai além disso. Confesso que terminei o livro com raiva da família do Gregor, mas depois de algum tempo meio que entendi, a narrativa, apesar de ser em terceira pessoa, nos aproxima do ponto de vista do Gregor e por isso é tão fácil ficar do lado dele. Mas a questão é que essa metamorfose mudou tudo naquela família e afetou o lado financeiro e emocional, uma avalanche de sentimentos vindos de todos os lados, nojo, amor, medo, aflição, saudade, é jogada na direção do leitor.

É uma narrativa que choca principalmente porque o Kafka escreve com indiferença, e isso choca bastante. Mesmo depois da metamorfose, o leitor continua a enxergar no Gregor uma pessoa e por isso a maneira como ele é tratado pela própria família me deixou muito indignada e acredito que outras pessoas que leram também tenham se sentido assim. Bom, como já disse, foi uma leitura diferente pra mim e meu primeiro contato com o autor, tudo o que é novo gera um certo estranhamento, mas no final foi uma ótima leitura e pretendo ler outras obras do Kafka.

domingo, 26 de abril de 2015

Resenha: Admirável mundo novo - Aldous Huxley

Título: Admirável mundo novo
Autor: Aldous Huxley
Editora: Biblioteca Azul
Número de páginas: 306







Hoje eu trouxe um livro incrível que meu professor de Filosofia da Educação pediu pra turma ler, ele vai fazer um trabalho com esse livro dialogando com A República de Platão. Amei o fato de ele ter passado um livro de literatura e gostei ainda mais por ser um livro tão bom.

- Quero saber o que é paixão - ela o ouviu dizer. - Quero sentir alguma coisa com intensidade.
- Quando o indivíduo sente, a comunidade treme. - declarou Lenina.
(pág 120)
A história acontece em 632 depois de Ford e mostra uma sociedade "evoluída" onde as pessoas são feitas através da engenharia genética e condicionas a aceitar a posição que ocupam nessa sociedade e também todas as normas, regras e padrões sem questionar nada. O que mais me impressionou é que esse livro foi publicado pela primeira vez em 1941 e trata de temas super atuais. A engenharia genética é um dos assuntos mais comentados e seus avanços são significativos, mas até que ponto podemos manipular a genética? Esse livro me colocou em um processo de reflexão sobre até que ponto esses avanços são bons e até onde devemos ir com eles.

 E esse - interveio sentenciosamente o Diretor - é o segredo da felicidade e da virtude: amarmos o que somos obrigados a fazer. Tal é a finalidade do condicionamento: fazer as pessoas amarem o destino social do qual não podem escapar. (pág 36)

No livro, o condicionamento das pessoas acontece desde que eram embriões, ali já é decidido o qual função aquela pessoa vai exercer, sua aparência, nível intelectual e tudo mais. Posteriormente, quando crianças, os indivíduos escutam enquanto dorme uma série de frases que são repetidas milhares de vezes durante anos e sem percebem essas crianças absorvem as informações que essas frases transmitem e tomam isso como verdade. Assim, a sociedade permanecem em ordem porque não há questionamento, as pessoas aceitam as coisas pois são verdades inquestionáveis para elas. O indivíduo não tem escolha e é esse o tema central do texto, mostrar o funcionamento dessa sociedade, e depois a inserção e visão de alguém que não cresceu nesse meio, mas que foi levado de um lugar "selvagem" para viver entre os "civilizados".

- Aqui não queremos saber de coisas antigas.
- Mesmo quando são belas?
- Sobretudo quando são belas. A beleza atrai, e nós não queremos que ninguém  seja atraído pelas coisas antigas. Queremos que amem as novas. (pág 263)

Meu professor vai fazer um diálogo desse livro com os livros II, III, V  e VII de A República de Platão. Já estou na metade dessa leitura, quero esperar as aulas sobre isso para ver o que o professor vai trabalhar,  mas acho que já tenho uma noção de como vai ser. Depois faço um post complementar sobre como esse livro foi trabalhado na minha faculdade. Amei essa leitura e recomendo mesmo!!! Vou deixar a sinopse aqui embaixo, tenho evitado fazer isso, prefiro deixar só o resumo que eu faço sobre o livro, mas como esse tema é complexo preferi disponibilizar aqui a sinopse para contextualizar melhor.

Não é alguma coisa viver perigosamente?
(pág 285)

Sinopse:
A Terra agora se divide em dez grandes regiões administrativas. A população de dois bilhões de seres humanos é formada por castas com traços distintivos manipulados pela engenharia genética: nos laboratórios são definidos os pouco dotados, destinados aos rigores do trabalho braçal, e também os que crescem para comandar. Não há espaço para a surpresa, para o imprevisto. O slogan "comunidade, identidade e estabilidade" sustenta a trama do tecido social. Estamos no ano 632 depois de Ford - aquele da linha de produção de automóveis -, quando o amor é proibido e o sexo, estimulado.
Tais ingredientes levaram Admirável mundo novo a figurar ao lado de 1984, de George Orwell, e Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, como uma das principais obras antiutópicas do século XX, em que um futuro sombrio aguarda a humanidade. Alguns ainda vêem na ficção de Huxley, esse inglês refinado e cultíssimo, uma crítica à crescente influência americana no período entreguerras, que trazia a reboque a cultura de massas e o american way of life.
Este é, acima de tudo, um romance de ideias, que descreve as formas mais sutis e engenhosas que o pesadelo do totalitarismo pode assumir, e que resiste inexpugnável às interpretações político-ideológicas de esquerda ou direita suscitadas desde seu lançamento. Mundialismo, controle genético, adestramento comportamental e intoxicação coletiva não são dados soltos para a mente construir com eles uma utopia: são órgãos solidários e inseparáveis de um mesmo e único sistema. Onde quer que apareça um deles, os outros o seguirão, mais cedo ou mais tarde. A lógica deste romance imita e condensa a lógica da História. E Huxley, desenvolvendo a sensibilidade a ponto de criar esse retrato ainda hoje tão perturbador, tornou-se autor de um dos grandes clássicos da literatura mundial.