domingo, 26 de abril de 2015

Resenha: Admirável mundo novo - Aldous Huxley

Título: Admirável mundo novo
Autor: Aldous Huxley
Editora: Biblioteca Azul
Número de páginas: 306







Hoje eu trouxe um livro incrível que meu professor de Filosofia da Educação pediu pra turma ler, ele vai fazer um trabalho com esse livro dialogando com A República de Platão. Amei o fato de ele ter passado um livro de literatura e gostei ainda mais por ser um livro tão bom.

- Quero saber o que é paixão - ela o ouviu dizer. - Quero sentir alguma coisa com intensidade.
- Quando o indivíduo sente, a comunidade treme. - declarou Lenina.
(pág 120)
A história acontece em 632 depois de Ford e mostra uma sociedade "evoluída" onde as pessoas são feitas através da engenharia genética e condicionas a aceitar a posição que ocupam nessa sociedade e também todas as normas, regras e padrões sem questionar nada. O que mais me impressionou é que esse livro foi publicado pela primeira vez em 1941 e trata de temas super atuais. A engenharia genética é um dos assuntos mais comentados e seus avanços são significativos, mas até que ponto podemos manipular a genética? Esse livro me colocou em um processo de reflexão sobre até que ponto esses avanços são bons e até onde devemos ir com eles.

 E esse - interveio sentenciosamente o Diretor - é o segredo da felicidade e da virtude: amarmos o que somos obrigados a fazer. Tal é a finalidade do condicionamento: fazer as pessoas amarem o destino social do qual não podem escapar. (pág 36)

No livro, o condicionamento das pessoas acontece desde que eram embriões, ali já é decidido o qual função aquela pessoa vai exercer, sua aparência, nível intelectual e tudo mais. Posteriormente, quando crianças, os indivíduos escutam enquanto dorme uma série de frases que são repetidas milhares de vezes durante anos e sem percebem essas crianças absorvem as informações que essas frases transmitem e tomam isso como verdade. Assim, a sociedade permanecem em ordem porque não há questionamento, as pessoas aceitam as coisas pois são verdades inquestionáveis para elas. O indivíduo não tem escolha e é esse o tema central do texto, mostrar o funcionamento dessa sociedade, e depois a inserção e visão de alguém que não cresceu nesse meio, mas que foi levado de um lugar "selvagem" para viver entre os "civilizados".

- Aqui não queremos saber de coisas antigas.
- Mesmo quando são belas?
- Sobretudo quando são belas. A beleza atrai, e nós não queremos que ninguém  seja atraído pelas coisas antigas. Queremos que amem as novas. (pág 263)

Meu professor vai fazer um diálogo desse livro com os livros II, III, V  e VII de A República de Platão. Já estou na metade dessa leitura, quero esperar as aulas sobre isso para ver o que o professor vai trabalhar,  mas acho que já tenho uma noção de como vai ser. Depois faço um post complementar sobre como esse livro foi trabalhado na minha faculdade. Amei essa leitura e recomendo mesmo!!! Vou deixar a sinopse aqui embaixo, tenho evitado fazer isso, prefiro deixar só o resumo que eu faço sobre o livro, mas como esse tema é complexo preferi disponibilizar aqui a sinopse para contextualizar melhor.

Não é alguma coisa viver perigosamente?
(pág 285)

Sinopse:
A Terra agora se divide em dez grandes regiões administrativas. A população de dois bilhões de seres humanos é formada por castas com traços distintivos manipulados pela engenharia genética: nos laboratórios são definidos os pouco dotados, destinados aos rigores do trabalho braçal, e também os que crescem para comandar. Não há espaço para a surpresa, para o imprevisto. O slogan "comunidade, identidade e estabilidade" sustenta a trama do tecido social. Estamos no ano 632 depois de Ford - aquele da linha de produção de automóveis -, quando o amor é proibido e o sexo, estimulado.
Tais ingredientes levaram Admirável mundo novo a figurar ao lado de 1984, de George Orwell, e Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, como uma das principais obras antiutópicas do século XX, em que um futuro sombrio aguarda a humanidade. Alguns ainda vêem na ficção de Huxley, esse inglês refinado e cultíssimo, uma crítica à crescente influência americana no período entreguerras, que trazia a reboque a cultura de massas e o american way of life.
Este é, acima de tudo, um romance de ideias, que descreve as formas mais sutis e engenhosas que o pesadelo do totalitarismo pode assumir, e que resiste inexpugnável às interpretações político-ideológicas de esquerda ou direita suscitadas desde seu lançamento. Mundialismo, controle genético, adestramento comportamental e intoxicação coletiva não são dados soltos para a mente construir com eles uma utopia: são órgãos solidários e inseparáveis de um mesmo e único sistema. Onde quer que apareça um deles, os outros o seguirão, mais cedo ou mais tarde. A lógica deste romance imita e condensa a lógica da História. E Huxley, desenvolvendo a sensibilidade a ponto de criar esse retrato ainda hoje tão perturbador, tornou-se autor de um dos grandes clássicos da literatura mundial.

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